Conto: Lágrimas | 15:30 |
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Mariana de novo KKKK, ta, eu estou empolgada com o blog e tals, e a Jéssica me obrigou a postar um conto que eu fiz D: é uma coisa meio emo, que não tem nada de meio, inspirada em Lua nova e até em mim. Então, ta ai.
“Eu te odeio! Ah e faz um favor pra mim? Some, some da minha vida, que é um favor enorme que você faz!”
As palavras ecoavam na minha mente, eu acelerei ainda mais o carro. As lágrimas haviam parado de cair, mas o meu rosto continuava vermelho e inchado. Aquele era o fim, o fim trágico da nossa amizade, eu sabia disso. Tudo por causa da minha sinceridade. Eu disse o que sentia, e ele me tratou com repugnância, e me disse palavras que não gostava de lembrar, mas elas ecoavam cada vez mais alto na minha cabeça. Estacionei o carro, e saí em direção ao penhasco da praia. Sentei-me na beira e fiquei olhando o mar. Tudo que passamos juntos, eu e ele, veio como um filme em meus pensamentos. Abaixei a cabeça e as lágrimas traiçoeiras vieram novamente. “Nunca abaixe a cabeça para os problemas, encare tudo de cabeça erguida, você é forte”
Ele sempre dizia isso quando eu estava passando por momentos difíceis. Levantei a cabeça e fitei o mar de novo. As correntezas estavam fortes e isso me atraia a pular. Não me importaria com a dor do frio da água, eu carregava uma dor pior dentro de mim, nada era páreo para ela. E se eu morresse? Morrer era uma boa saída. Uma saída pra tudo. Talvez não fosse a saída certa, mas era a mais atraente e sedutora.
Será que ele apareceria em meu enterro? Será que ele choraria? Só não queria que se culpasse, no fundo, a culpa de tudo isso era minha.
“Eu te amo demais. E nunca vou te deixar, agora me promete que nunca vai me deixar?”
Dei um suspiro de dor, e as lágrimas saiam sem parar.
- Prometo. - Sussurrei para mim mesma. Eu o deixei por pedido dele, e assim ia ser. Queria poder correr até ele, pedir desculpas e abraçá-lo. Queria ouvir as sinceras desculpas dele também. Mas não tinha como, o orgulho era como uma barra entre nós dois.
- Eu só quero acabar com esse sofrimento. - Murmurei, levantando-me, ficando a beira do penhasco, fitando o mar.
Dei um passo pra frente, e quando ameacei a pular, ouvi uma voz.
- MARY! NÃO!
Olhei pra trás. E se ele me visse cair? Será que me ajudaria?
Dei outro passo, pisando cegamente. Queria sentir a liberdade sobre mim. Quando dei o impulso, ele me puxou pelos ombros e me impulsionou para trás.
- Mary? Você está louca? Quer morrer? – Ele me olhava furioso, e ao mesmo tempo preocupado.
- Sim. – Respondi serenamente.
- Não, não pode acabar com sua vida assim! Eu... eu não mereço que faça isso por mim, que... faça uma loucura dessas.
- Não importa mais nada. Cansei de fingir que existe alguém forte ou orgulhosa dentro de mim. Eu não sou você.
- Você não vai conseguir me afetar com o meu orgulho. E por favor, pare de drama.
- Eu não quero te afetar. E já que você me odeia, não deveria ter me parado.
- Eu parei porque não sou idiota o bastante pra te ver morrer desse jeito, e ainda mais por mim. E morrer não vai fazer com que seus erros sejam esquecidos.
- E nem viver também. – Caminhei em direção ao penhasco novamente, menos decidida desta vez, o medo tomou conta de mim. Senti o olhar dele sobre mim, respirei fundo e me impulsionei.
- Mary! NÃO! – Ele me alcançou, mas não a tempo de me segurar enquanto ainda estava em terra firme.
- Socorro! – Gritei, assustada. Ele me segurava apenas pelo meu braço, enquanto eu mexia as pernas freneticamente, pendurada. Um abismo embaixo de mim, e o medo tomando conta. Eu achei que ele fosse me soltar, ele me odiava, afinal.
- Mary! Eu... – Ele começou a chorar, não acreditei quando vi. – Não vou deixar você cair, confie em mim! – Ele segurou meus braços com mais força, e tentou me puxar pra cima, numa tentativa fracassada. Ouvi o barulho de um carro.
- EI! NOS AJUDE AQUI! – Ele gritou. O carro deve ter freado, pelo cantar dos pneus. Passos correndo. Era um casal. Eles me olharam desesperados e me ajudaram a voltar em terra firme. Quando meus pés finalmente encostaram-se à beira do penhasco, respirei aliviada. E Ele me abraçou, chorando. Eu não conseguia dizer nada, apenas retribui emocionada.
- Por um momento, eu pensei que iria me deixar cair. – Murmurei.
- Por um momento eu também.
- Eu confiei em você...
- Eu não te odeio Mary. – Ele me soltou e me olhou. Passei a mão pelos seus olhos, enxugando as lágrimas.
- Eu sei que não.
O casal nos olhou, meio confusos. Agradeci a eles. Perguntaram se eu precisava de alguma coisa, balancei a cabeça negativamente. Eles foram embora. E nós dois ficamos olhando um para o outro por um bom tempo.
- Eu... queria me desculpar, se te magoei, não era a minha intenção, eu... nunca quis te magoar, nunca quis que acabasse assim. – Quebrei o silêncio.
- Tudo bem, eu vou procurar te entender, e me desculpa também, por ter te dito aquelas coisas e ter te tratado daquela maneira. Fui muito duro.
Ele me abraçou de novo, um abraço com ternura e carinho. Sorri. É, a nossa amizade não tinha terminado de nenhuma maneira trágica. Aquela briga nos fortaleceu ainda mais, e nos ensinou a dar valor a certas coisas. Por mais que brigássemos, nunca deixaríamos de ser melhores amigos, ou irmãos, como dizíamos. Tínhamos muitos defeitos, e errávamos muito, mas sempre ia ser assim, uma amizade é fortalecida através das brigas, e sempre íamos aprender ainda mais com elas, mas mesmo assim era eterno.
- Eu te amo. – Ele sussurrou, entre lágrimas.
- Eu também te amo James...
2 comentários:
caaaaaaaarca meu, eu me emociono com essa coisa ae, simplesmente, eu me emociono com todas as coisas que voce faz mari ): . te obriguei mesmo, porque isso é lindo, e se as outras pessoas não acharem que se dane, mas eu achei u_ú' ♥
claro, você gosta quando eu escrevo coisas emos KKKKKKKKKKK *-*
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